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Estudante italiano morreu na rua com ferimento na cabeça

Um jovem italiano, de 25 anos, a estudar no Porto, morreu, ontem, domingo, à tarde, na Rua de António Patrício, em circunstâncias estranhas. O jovem foi encontrado no passeio, sem sapatos e a sangrar abundantemente de um ferimento da cabeça.

O incidente ocorreu cerca das 13.15 horas, em frente ao número 61 da Rua de António Patrício, no entroncamento com a Rua de António José. Dois jovens, que costumam arrumar carros nas imediações, viram o corpo no chão, vestindo umas calças de ganga, um pólo cinzento e meias da mesma cor.

Apressaram-se a pedir ajuda, dirigindo-se a uma livraria infantil que existe do outro lado da rua. Um dos indivíduos que deram o alerta, e que não se quis identificar, contou que o estudante italiano "já estava lá [estendido]" quando passou na rua e afirmou só ter visto sangue na cabeça, que "tinha um buraco".

De acordo com um colega, o corpo do estudante "estava encolhido e parecia um saco do lixo". "Tínhamos passado cerca das 12.30 horas e estava tudo sossegado", afirmou.

"Só ouvi um estrondo"

"Não me apercebi de nada. Ouvi um estrondo e a rua, que estava em silêncio, assim continuou. Quando os jovens me vieram avisar fui junto do corpo, e vi que deitava sangue da cabeça. Chamou-se o INEM e foi tudo. Ainda tentaram uma manobra de reanimação mas sem êxito", referiu uma das proprietárias do estabelecimento, onde àquela hora decorria uma festa para crianças, que não se aperceberam de nada.

A versão de que o estudante italiano, que residia na Rua da Argentina, no Bairro de Bessa, não muito longe do local onde morreu, tenha sido atirado, já ferido, de um carro em andamento não foi corroborada por nenhum morador. Questionados pelo JN, vizinhos disseram não ter "ouvido nada". Só se aperceberam do sucedido com a chegada do INEM e da PSP ao local. Um casal disse mesmo: "Apenas ouvimos o barulho normal de carros a passar."

Uma fonte policial referiu, ao JN, poder tratar-se de uma morte acidental. "Ele usava o cabelo curto e não tinha nenhum ferimento que parecesse ter sido provocado por objecto contundente. Aliás, só havia sangue a sair da cabeça e não havia vestígio em mais lado nenhum. Tinha algumas escoriações nas pernas e na cara, que podiam ter sido provocados pela queda".

Surpresa no bairro

No Bairro de Bessa Leite, onde o jovem vivia sozinho desde há cerca de um ano, foi a surpresa total. "Há algumas casas do bairro que estão alugadas a estudantes. Este moço era muito pacato e mal se dava por ele. Uma vez por outra trazia um amigo mas nunca me incomodou e eu vivo na casa debaixo. Recebia muitas vezes as visitas dos pais e penso que era a mãe que lhe limpava a casa", referiu Rita da Conceição Teixeira.

A Polícia Judiciária, que chegou ao local cerca de duas horas depois, recolhendo vestígios e depoimentos das primeiras pessoas a encontrarem o corpo, iniciou de imediato as investigações e não descarta a possibilidade de o jovem italiano ter sido assassinado.