quinta-feira, maio 18, 2006

O mambo está kalibrado?

Caríssimos:

Na quinta-feira passada fui a um concerto da nova música angolana.
Miami Beach. Praia. 24H. Já so queria era aterrar a ver o "La Piolvra 2".
Não queria ir mas a "babe" arrancou-me de casa.
Afinal era família que ia dar show.
Lá fui com as primas pro concerto.
Anselmo Ralph.
É uma espécie de r&b angolano. Bomba muita cá nas rádios. E leva muita garotinha ao concerto.
De facto curti. Zona Vip, sempre a emborcar.,meninas do protocolo, cantores convidados.
Convívio engraçado. Curti.
Mas.. Não sei se foi da "cevada" começei a pensar...

...


Há quem defenda que a "música" é africana. O próprio Gilberto Gil num documentário dizia que toda a música mundial tinha influência na música e ritmos brasileiros. E que a música brasileira na sua grande densidade e pluralidade de sons e estilos só tinha uma influência. África.

Eu gosto de música Africana. Mas temos muito maior diversisdade de música em África do que em qualquer outro lado do mundo.
Daí que não seja apologista de que exista o conceito "música africana" como se usa.

No caso da música Angolana em particular temos estilos completamente diferentes.
Temos essencialmente o estilo Kizomba, Tarrachinha (soft e softíssima respectivamente) e ainda o Kuduro que é a dança do movimento, mais agressiva mas igualmente interessante, principalmente as letras que ou são de carácter interventivo ou do binómio mulher/amor.

Há uma maior variedade de estilos mas que têm menor expressão em termos de audiências, como músicas tribais.

O kizomba e o kuduro reparte com o Semba e o Funaná (estilo de música com origem em Cabo Verde e a que mais me fascina) a cena musical de origem em Angola.

O rap e o r&b começa a fazer fulgor e cada vez mais surgem mais artistas e colectivos a dedicar-se a estes estilos. Com boa qualidade. E a ganhar peso na geração mais nova.

O que me começa a fazer confusão é a imposição, da música que não tem origem nem tradição aqui. E tenho pena que se perca este jeito africano de cantar e dançar, para a música de computador que ouço em todo o lado do mundo que já está contaminado.
Apesar de apreciar a música electrónica mais aprecio a história, diversidade e o diferente.
Mas essa imposição anda a ser feita pelos estrangeiros na grande maioria.
É o que considero outro tipo de colonização. Colonização não hostil.
Porque o Angolano essencialmente gosta de ouvir música Angolana.

Irrita-me andar de lado em lado e ouvir a mesma coisa.
Em portugal não ouço fado não porque não gosto.
Não ouço porque não fui apresentado.

2 comentários:

Capanga disse...

Após o lançamento do de um best seller na area desportiva (O futebol tem 3 T´s) o mister Bina virada para a area artistica com especial interesse na vertente musical.
A critica é mt boa e mais uma vez se espera um novo best seller deste promisor escritor.
Um grande abraço e continua a dar notícias.

Mexi disse...

Zagalo já tinha saudades das nossas míticas conversas sobre música. Em Floripa ainda ressuscitamos a clássica discussão da "música comercial" mas desde aí nada.
Eu n percebo um caralho de música africana mas, do q conheço, tenho de reconhecer q tem um som "sui generis" e "pouco limpo" e essa é a sua piada.
Será que a música "limpa" e industrializada, sacada do pc e igual em todo o lado vai eclipsar ou alterar completamente a música angolana? Provavelmente vai influenciar e transformar a nova geração de artistas (q eu saiba a tarrachinha por exemplo é um género de música com poucos anos e influenciada pela música ocidental). A evolução da música por sinergia de géneros e sons distantes geograficamente sempre se verificou na música ocidental por exemplo. Claro que o grande risco disto é que deixe de haver música odidental, africana, etc e passe a ser tudo igual e, pior, tudo uma grande bosta.
Mas eu acredito que existem pessoas, como tu, q dao valor ao diferente e à diversidadee e que irão sempre valorizar os sons originais de angola e de áfrica ("o jeitinho africano). Enquanto assim for, a música angolana sobreviverá.